terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O mistério dos casulos de cores diferentes.


O documentário abaixo mostra, de forma resumida, como os Insetos atingiram grande diversidade de morfologias e de hábitos... além da incrível capacidade de localização espacial, comunicação por feromônios, relações estreitas entre plantas e seus polinizadores, uma estratégia que surpreende ou encanta mesmo aos cientistas especialistas em Entomologia é a camuflagem... todo o documentário é muito interessante, mas observe em 26:20:




Diferente da maioria dos animais, que tem sua forma, seja em estágio juvenil ou adulto, com a cor, textura ou forma do ambiente à volta, passando despercebidos pelos predadores, essa lagarta possui um mecanismo de camuflagem condicional, como mostrado no vídeo: caso empupe em uma superfície áspera, seu casulo será marrom; caso empupe numa superfície lisa, seu casulo será verde.

Pupas da mesma espécie de lagarta assumem cores diferentes em superfícies de texturas diferentes.
Imagem retirada do documentário. 

Mas como ocorre essa escolha por parte da lagarta? Se trata de uma escolha? 
A melhor resposta seria: Não! 
O conceito de adaptação é comumente difundido com a "escolha/decisão" de um organismo de se modificar para superar alguma pressão imposta pelo ambiente, sendo que essa decisão não ocorre, mas sim, indivíduos são selecionados dentro de uma população, e esta seleção acaba por permitir que uma característica se fixe ou seja excluída nas gerações futuras.
No caso da lagarta de Borboleta Rabo-de-Andorinha, ela sequer é dotada de boa visão para escolher que cor será sua pupa... então, a resposta mais correta seria em torno de uma reação do organismo à superfície na qual a lagarta empupou. 

Parides sp.
Fotografia mostra os diversos pelos, espículas e cerdas espalhados pelo corpo de uma borboleta.
Imagem disponível em:
http://www.alexanderwild.com/Photography/Recent/n-js6qN/i-wsjbXv4

Alguns em maior quantidade, outros menos, distribuídos em diversas regiões do corpo... mas existem pelos, espículas, espinhos e cerdas que funcionam como órgãos táteis, mecanorreceptores, dos insetos. A lagarta, como dito, não enxerga bem, e portanto sua percepção do ambiente é praticamente exclusivamente tátil. 
Para empupar na cor necessária para se camuflar numa planta verde ou marrom, foi necessário que a seleção atuasse, fixando nessa espécie a capacidade de, ao estimular as células nervosas associadas aos pelos, promover uma alteração na produção de pigmentos. Os galhos mais velhos, por exemplo, possuem mais lignificação, e portanto são mais ásperos. Durante a procura de um local ideal para sofrer a ecdise, é provável que os pelos da lagarta, num galho lignificado, sejam mais estimulados do que seriam em uma superfície lisa, e as células nervosas associadas aos mecanorreceptores enviem ao sistema nervoso um sinal de estresse que produza o pigmento marrom. A ausência do estímulo, num galho liso, mais jovem, e portanto verde, não geraria o estresse necessário para a produção do pigmento marrom. 

Detalhe da relação entre as cerdas e as células nervosas que transformará o estímulo mecânico em impulso nervoso.
Imagem disponível em:
http://dc395.4shared.com/doc/zfCbZm21/preview.html 

Essa é a minha teoria, e a sua? 
Deixe seu comentário!



Saiba mais em:
http://www.infoescola.com/biologia/camuflagem-e-mimetismo/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/tato/
http://www.klick.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-5697,00.html
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/45226/os-orgaos-dos-sentidos-dos-insetos
http://biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1753
http://dc395.4shared.com/doc/zfCbZm21/preview.html
http://www.ica.ufmg.br/insetario/images/apostilas/ap_ent_basica.pdf

sábado, 7 de dezembro de 2013

Neurônios Espelho

Manada de Gnus iniciando a travessia de um rio.
Imagem disponível em:
http://melibro.com/una-manada-de-nus-juan-bonilla/

Ao observar uma manada de Gnus correndo em velocidade em uma direção, podemos achar que estão todos em grande perigo... e alguns podem até estar, de fato, pois existem alguns predadores vorazes destes animais... mas, observe os primeiros segundos deste vídeo: 



Para os Gnus, a presença do Guepardo, alguns metros distante, não é um risco até que este felino ataque um dos componentes da manada. A partir do momento que um dos indivíduos foge por ser diretamente ameaçado, ou depois de ser injuriado, a atividade dos neurônios espelho dos demais estimula que os mais próximos corram, sintam medo. Daí em diante, acontece uma reação em cadeia, onde no fim todos estão em fuga simplesmente por terem tido contato visual com um dos indivíduos da própria espécie em fuga, mas não se sentem diretamente ameaçados pelo Guepardo. Talvez a atividade cerebral dos Gnus esteja mais adaptada a reagir após a ação dos neurônios espelho, e não em resposta à movimentação do Guepardo, por sua pelagem seconfundir com a vegetação, que pode ser difícil demais de impressionar as células receptoras da visão dos Gnus. 

Os neurônios espelho foram descobertos por acaso nos anos 90 do século passado, quando pesquisadores estudavam a atividade cerebral de macacos enquanto estes manipulavam alimentos com as mãos. Quando um dos pesquisadores pegou uma uva e a comeu, a região do cérebro do macaco responsável por essa ação foi ativada. Então os pesquisadores perceberam que a simples observação de uma ação, para o cérebro, pode contar como a EXECUÇÃO desta ação! Muitas vezes, essa atividade cerebral é tão eficaz, que o "observador" executa a ação observada:

Bebê reagindo à expressões realizadas por um adulto.
Imagem disponível em:
http://bocadementecapto.blogspot.com.br/2012/05/neuronios-espelho.html


 Essa resposta é mais comum do que poderíamos pensar... muitos estudos tem sido feitos na busca do entendimento dos neurônios espelho, e existem defensores que mesmo o mercado financeiro possa ser afetado pela "ânsia" de uma pessoa em seguir o que outra fez, e essa reação, mesmo em humanos, tem sido chamada de "Efeito Manada".

Assista o vídeo abaixo:



E aí? Bocejou? 

Ainda não? 


Talvez alguns minutos a mais.... as áreas responsáveis por disparar o bocejo, o sorriso, a tristeza, por exemplo, são facilmente estimuladas somente com a observação dessas atitudes, ou expressões em outras pessoas, ou mesmo animais. Isso se deve à ação dos Neurônios Espelho, que eleva nosso humor quando assistimos comédias, ou estimulam o sentimento de compaixão ao observarmos uma cena triste.

Destruição de uma vida... por alguns minutos...
Imagem disponível em:
http://hypescience.com/morrer-dor-testiculos-saco/


Solidariedade  à dor do rapaz na foto... é o que a maioria dos homens vai sentir, por que observar essa imagem é quase como sentir o golpe!

Saiba mais em:
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/a_imitacao_pode_curar.html
http://pt.slideshare.net/mayarafn/neurnios-espelho
http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=2382:darwin-explica&catid=9:artigos&Itemid=83
http://sociedadeprimata.wordpress.com/2013/02/16/efeito-manada-aspectos-neuropsicologicos-da-natureza-humana/
http://www.youtube.com/watch?v=WqANL1luHX8


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A capacidade olfativa dos insetos


Visão frontal de uma mariposa com antena plumosa.
Imagem disponível em:
http://incrivelterra.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html 

Insetos são os organismos mais numerosos dentro do reino animal, ocupando aproximadamente metade da quantidade de espécies deste reino!


Gráfico mostrando os componentes do reino animal, com grande representatividade dos Insetos.
Imagem disponível em:
http://djalmasantos.wordpress.com/2011/08/12/testes-de-taxonomia-44/

Estes organismos possuem órgãos sensoriais muito complexos, capazes de perceber o ambiente quimicamente (feromônios, odores, etc...) e fisicamente (temperatura, tato, etc...): as antenas. 

Anatomia geral de uma antena de inseto.
Imagem disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfc10AB/aula-didatica-classe-insecta


As antenas variam muito em formatos e tamanhos, e em alguns insetos está mais apta a detectar odores, enquanto em outros insetos a capacidade tátil é mais eficiente. A imagem abaixo traz uma pequena amostra da variedade de antenas.


Diversidade morfológica de antenas de insetos
Imagem disponível em:
http://www.ninha.bio.br/biologia/insetos.html

As antenas dos insetos, via de regra, possuem milhares de células receptoras de partículas odoríferas, situadas em poros cuticulares, que abrem-se e fecham-se conforme o movimento constante das antenas, possibilitando que a célula receptora seja exposta e recolhida, e assim entra em contato com o ar e, eventualmente, com partículas odoríferas.  Caso a partícula odorífera seja reconhecida pela célula receptora, esta se despolariza, e o neurônio associado a esta recebe as cargas da despolarização e o impulso nervoso é produzido, transmitido célula a célula até chegar ao cérebro, onde a informação é interpretada e o inseto percebe o cheiro. 

Detalhe das células receptoras de partículas odoríferas em antenas de insetos.
Imagem disponível em:
http://www.sedis.ufrn.br/bibliotecadigital/pdf/biologia/Per_Sen_Ser_Viv_LIVRO_WEB.pdf

Essa informação pode servir para localizar um alimento, localizar ou escolher parceiros sexuais, para perceber algum perigo... Os insetos são capazes de sentir cheiros à distancias muito grandes, por conta da grande quantidade de células receptoras, e se guiam através do gradiente de concentração das partículas odoríferas, aproximando-se cada vez mais da fonte do odor.

No vídeo abaixo, o naturalista e cineasta David Attenborough  mostra que as abelhas se comunicam por feromônios para manter a coesão da colônia. Quando a mariposa aparece para roubar o mel, as abelhas iniciam um comportamento agressivo em resposta ao deslocamento de ar e calor gerados pela mariposa, porém não a atacam e permitem que ela entre no enxame e se alimente do mel: isto somente foi possível por que a mariposa libera um feromônio idêntico ao das abelhas!    



Saiba mais em:
http://super.abril.com.br/mundo-animal/antenas-insetos-servem-farejar-488598.shtml
http://www.infoescola.com/bioquimica/feromonios/
http://www.youtube.com/watch?v=hI6lBv5jo5s&list=PLJ2BwfyMAojzKF2oFIJRbM3n4zA0voWA4
http://pt.slideshare.net/hyguer/fisio1
http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=2793
http://www.pragas.com.br/noticias/destaques/insetos_antenas.php
http://www.sedis.ufrn.br/bibliotecadigital/pdf/biologia/Per_Sen_Ser_Viv_LIVRO_WEB.pdf

domingo, 1 de dezembro de 2013

Cobras sob ataque!

Um dos animais mais temidos na cultura ocidental é a serpente... mas alguns animais não tem nenhum medo, e mesmo sendo menores, até mesmo se alimentam delas!

Logicamente, para que animais menores predem cobras, que, via de regra, são predadoras eficientes, eles precisam de um aparato mais eficiente do que elas! Vejamos o vídeo abaixo:


A tarântula, menor do que a cobra, precisou ser rápida no ataque e seu veneno agiu de maneira rápida, pois se não fosse assim, a cobra poderia atacar, ou mesmo fugir. A primeira via de ação do veneno, para que a cobra não pudesse se livrar da aranha, tem que ser um anestésico potente, capaz de reduzir rapidamente a capacidade de locomoção da cobra. Para tal função, o veneno precisa ter a capacidade de bloquear os impulsos elétricos que comandam o movimento muscular, e isto poderia ser feito tanto na fonte do impulso, ou seja, no sistema nervoso central, quanto nas próprias fibras musculares.
Na maioria dos casos, o receptor de membrana reconhece a molécula sinalizadora (neste caso, o veneno), e se adere à esta. 
Receptor de membrana - no caso desta representação, um receptor de insulina.
Imagem disponível em:
http://www.biomedicinapadrao.com/2011/04/o-receptor-de-insulina.html

Então dá-se início à uma cadeia de reações no interior da célula, podendo resultar em liberação de vesículas, abertura ou fechamento de canais, despolarização entre outros processos. Atuando no sistema nervoso central, o veneno da tarântula se ligaria aos receptores de membrana capazes de reconhecer os neurotransmissores, e assim não haveria a passagem do impulso elétrico de um neurônio para outro. As sinapses estariam comprometidas, disfuncionais, enquanto o veneno estivesse presente. Ou mesmo a ação poderia ser anterior aos receptores de neurotransmissores, atuando no bloqueio da liberação de vesículas portadores dos mesmos. Por outro lado, o veneno poderia atuar ao se ligar aos canais iônicos das fibras musculares, impedindo a despolarização da célula, consequentemente sua contração.
Neurônio associado à uma fibra muscular. Detalhe à direita de vesículas com neurotransmissores sendo liberadas.
Imagem disponível em:
http://crentinho.wordpress.com/2009/11/05/tecido-nervoso-e-sistema-nervoso/
É mais provável que o veneno da tarântula tenha agido no sistema nervoso central, e desta forma a cobra teria vários sistemas musculares prejudicados, como mostrado no vídeo: em segundos ela estava se movimentando sem controle, impossibilitada de fugir. A segunda via de ação do veneno seria a digestiva, onde os tecidos da cobra se deterioraram, até estarem aptos para serem sugados pela aranha.

Este tipo complexo de veneno (neurotóxico e com enzimas digestivas) se mantém na tarântula por ter sido selecionado. É provável que muitas linhagens de aranhas portadoras de venenos menos complexos, incapazes de se ligar à receptores de neurotransmissores ou canais iônicos de fibras musculares, tenham se extinguido, justamente por não conseguir capturar vertebrados, que os caçavam em vez disto. Então, alguma população que possuía a combinação mais eficiente de moléculas (enzimas e que facilmente se ligassem à receptores de membrana e canais iônicos) obteve maior sucesso em se livrar de predadores ou mesmo em capturar maiores presas. Este tipo de veneno, então, teve a frequência aumentada e então se fixou nas gerações consequentes.
  
Tirinha mostra com humor que ferramentas mais eficientes colocam certos seres em vantagem dentro de uma população.
Imagem disponível em:
http://www.fomosplanejados.com.br/capitulos/assuntos/assunto.asp?codcapitulo=36&codassunto=120&numero=2

Mas em outros casos, como o vídeo abaixo, o animal que ataca a serpente não possui um veneno com essas características, e a batalha pela sobrevivência se torna mais acirrada. Apesar da baixa qualidade do vídeo, é possível ver um miriápoda tentando capturar uma cobra, mas a presa não parece muito afetada pelo veneno, e luta contra o predador:
 

Então, podemos supor que o veneno inoculado pelo miriápoda não foi capaz de interferir na transmissão do impulso nervoso, nem afetar o sistema nervoso central da cobra. 

Agora uma curiosidade: o vídeo abaixo não conta com narração, apenas um amador que avistou uma cobra numa estrada e registrou a cena:


Que cena bizarra, hein? O que será que aconteceu com essa cobra? Aparentemente, ela sofreu um colapso após uma convulsão, e internautas supuseram nos comentários do YouTube que ela havia sido picada por algum inseto. Apesar dos efeitos serem diferentes dos mostrados no vídeo da tarântula, é possível que ela realmente tenha sofrido tal ataque!



Saiba mais em:
http://pt.scribd.com/doc/87200044/Neurotransmissores
http://www.youtube.com/watch?v=_9osQIcKw0I


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ecolocalizaçao


Ainda sobre a capacidade dos animais de perceberem o som do Ambiente, nesta postagem vamos falar sobre a capacidade de alguns animais de localizar uma presa ou predador através das ondas sonoras! Você sabia que existem sons que o ser humano não é capaz de perceber? 

Espectros das ondas sonoras: Infra-sons, Sons audíveis pelo ser Humano, Ultra-sons.
Imagem disponível em:
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html


Infra-sons e Ultra-sons podem ser percebidos por outros animais, como golfinhos, baleias, elefantes e morcegos. 


Alguns exemplos de faixas de som produzidas e captadas por alguns animais.
Imagem disponível em:
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html
A coruja, por exemplo, tem uma capacidade incrível de perceber a posição, profundidade e direção do movimento de suas presas apenas com a audição! 

Coruja ouvido
Ouvidos assimétricos das corujas.
Imagem disponível em:
http://netnature.wordpress.com/2013/02/12/how-owls-swivel-their-heads-comentado/

Como mostrado acima, os ouvidos das corujas são assimétricos, um superior e um inferior. O que à princípio pode parecer um "erro", uma deformidade geneticamente determinada, é um trunfo destas aves de rapina, pois com esse desnível, as ondas sonoras atingem os ouvidos das corujas em tempos diferentes, possibilitando que elas localizem suas presas. O vídeo abaixo é como um todo interessante, mas observe como isto acontece a partir de 11:51.



 Incrível, não? Quando ocorreu a Tsunami na Nova Zelândia, em 2004, foi noticiado que muitos animais, inclusive elefantes, giram de modo estranho algumas horas antes da onda atingir a costa, e principalmente esses paquidermes, que fugiram para regiões mais altas... como isso aconteceu? Infra-sons é, provavelmente, a melhor resposta. 


Pata de elefante.
Imagem disponível em:
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/estudo-descobre-que-elefantes-desenvolveram-osso-de-apoio-na-pat/n1597529373943.html


Além de produzirem e ouvirem os sons e infra-sons, um aspecto interessante dos elefantes é que eles são capazes de perceber as vibrações do infra-som com as patas! Isso mesmo! Assim, eles são capazes de se comunicar por longas distancias, e perceber que "algo está errado" abaixo deles, como no caso da Tsunami de 2004.



Já os ultra-sons são utilizados por morcegos e golfinhos, por exemplo, para identificar a presa durante o voo e o nado, respectivamente.


Acima: Morcego identificando localização de mariposa através de Infra-som.
Imagem disponível em:
http://www.bats4kids.org/echo.htm

Abaixo: Golfinho identificando localização de peixe através de Infra-som.
Imagem disponível em:
http://aepataias-ap8a.wikispaces.com/O+golfinho

Nos dois casos, existem órgãos capazes de emitir as ondas de Ultra-som, que viajam pelo meio, batem na presa e retornam, sendo recepcionadas por outros órgãos, específicos para essas ondas, e estes transmitem a informação ao cérebro, que identifica onde está a presa.


Saiba mais em:
http://www.youtube.com/watch?v=gsbfZYh2kpk
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html
http://netnature.wordpress.com/2013/02/12/how-owls-swivel-their-heads-comentado/
http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=474299
http://www.youtube.com/watch?v=p08Y0oRAX3g
http://scienceblogs.com.br/bessa/2008/12/big-five-elefante/



Equilibrar-se é um Processo Fisiológico!



Como mostrado na postagem do dia 29/09/2013 (http://animafisio.blogspot.com.br/2013/09/ouvindo-o-movimento.html), o aparelho auditivo é muito mais complexo do que poderia-se pensar.  Ele é responsável pela captação de ondas sonoras e transmissão da informação para o Cérebro, porém há uma estrutura no Ouvido Interno, que é responsável pela localização espacial do corpo, ou Equilíbrio, e esta estrutura se chama Sistema Vestibular. 
Destaque dos canais semicirculares em azul, à esquerda.
Imagem disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm
Como está mostrado na imagem acima, existem estruturas em forma de tubos e sacos membranosos que estão conectadas á cóclea, sendo preenchidas pelo mesmo fluido desta. Se na cóclea o fluido tem como função a transmissão da vibração sonora, a ser interpretada pelas células ciliadas, no sistema vestibular a relação é muito próxima, mas as células ciliadas tem outra função: perceber o posicionamento do corpo no espaço, associando a captação da mudança do eixo gravitacional às informações visuais. 

a) Células ciliadas em associação com as células responsáveis pela transmissão do impulso nervoso, e com as células de sustentação. b) Detalhe de como os estereocílios se projetam dentro de uma membrana gelatinosa associada à uma camada de partículas cristalinas denominada Otólito. c) Detalhe de como o otólito, movimentado pela força gravitacional, desloca a membrana gelatinosa e ¨consequentemente os estereocílios.
Imagens disponíveis em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm

As células ciliadas estão dispostas nas paredes internas dos canais semicirculares, que são 3 e cada um está posicionado em um eixo, proporcionando maior percepção de movimentos. O fluido que preenche os canais semicirculares e a cóclea se movimenta conforme a alteração do eixo gravitacional, movimentando a camada do otólito e como consequencia, os estereocilios. A partir desta movimentação, a membrana celular se deforma e os canais iônicos são abertos, promovendo a despolarização da membrana da célula ciliada, induzindo à liberação do neurotransmissor Glutamato, que será direcionado à célula nervosa associada, componente do Nervo Vestíbulo Coclear, e o impulso nervoso segue até o cérebro para ser interpretado.

A imagem mostra as relações entre os canais do sistema vestibular e o movimento da musculatura dos olhos.
Imagem disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm

Então, no cérebro, a informação da mudança do eixo gravitacional é processada, e o indivíduo (qualquer animal possuidor de um sistema vestibular) pode perceber que girou a cabeça, ou que se abaixou, ou mesmo quando está em queda, como num elevador ou avião. Essas informações podem ser associadas às informações visuais, compondo em mais detalhes a informação gerada no cérebro! Interessante, não?

Saiba mais em:

sábado, 28 de setembro de 2013

Ouvindo o Movimento


Você pode nunca ter se perguntado como nosso aparelho auditivo consegue captar as ondas sonoras... vamos pensar juntos?
O que é o som? Nada mais do que uma onda mecânica que se propaga longitudinalmente, formando regiões onde as partículas do meio se comprimem, e regiões onde estas estão mais dispersas. 

Modo como a onda longitudinal se propaga.
Imagem disponível em:
http://www.physicsclassroom.com/mmedia/waves/lw.cfm

Então estas compressões e descompressões chegam diretamente ao cérebro, correto? 
Errado! Entre a produção do som, a propagação da onda e a interpretação pelo cérebro, está um complexo sistema de captação e transmissão da informação.
 O aparelho auditivo é composto por três porções,  genericamente chamadas de Ouvido externo, Ouvido médio e Ouvido interno. Após passar pelo ouvido externo, que a amplifica, a onda sonora atinge a membrana do tímpano, que vibra e move os ossículos Martelo, Bigorna e Estribo. O estribo transfere as vibrações ao complexo Labitrinto-Cóclea, que estão preenchidos de fluido. 

Aparelho auditivo em detalhes.
Imagem disponível em:
http://saude.culturamix.com/doencas/a-perda-de-audicao-neurossensorial
Neste momento, a onda mecânica que foi gerada, amplificada no ouvido externo, transmitida do meio aéreo, depois transmitida por um fluido, precisa alcançar o cérebro para ser interpretada. Entram em cena as células capazes de converter a resposta ao estímulo mecânico em impulso nervoso: as Células Ciliadas.

1) micrografia de células ciliadas, estereocílios saindo dos ápices celulares; 2) esquema de uma célula ciliada, com detalhe dos neurônios receptores do sinal.
Imagens modificadas das originais em:
http://www.cochlea.eu/po/celulas-ciliadas/celulas-ciliadas-externas

Estruturas chamadas e estereocílios, localizados nos ápices das células ciliadas, como mostrado na imagem acima, respondem diretamente à onda sonora. São diversos estereocílios em cada célula ciliada, e eles são flexíveis e se movimentam em conjunto.
O movimento dos estereocílios estimula a abertura de canais iônicos da membrana da célula ciliada, despolarizando-a, e então o neurônio associado à célula recebe o impulso nervoso e o transmite ao cérebro, onde o mesmo é interpretado como som. 

Referência em 00:50

Agora vale o exercício: todo este processo acontece em uma fração de segundo! Observe você mesmo, ao estalar os dedos. As compressões e descompressões do ar (natureza da onda sonora) se propagam do choque entre seus dedos até seu ouvido externo, onde se amplificam, atingem o tímpano, passam do meio aéreo ao meio fluido através dos ossículos do ouvido médio, movimentando os estereocílios das células ciliadas, abrindo canais iònicos da membrana, despolarizando a mesma membrana, gerando um impulso elétrico, que atinge o neurônio associado, que leva este impulso até o cérebro.... UFA! Todo este processo em tão pouco tempo! 


Saiba mais em:

domingo, 8 de setembro de 2013

Guepardo: Máquina de velocidade

Guepardo espreitando na vegetação, em posição de ataque.
Imagem disponível em:
http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Guepardo-Apreensivo-Colecao-Grandes-Gatos/




Reino:           Animal
Filo:               Chordata
Classe:          Mammalia
Ordem:         Carnivore
Famíla:         Felidae
Subfamília: Acinonychinae
Gênero:       Acinonyx
Espécie:        jubatus

O Guepardo, Cheetah, ou Chita, é um grande felino que já teve grande distribuição pelo mundo (Fósseis encontrados até mesmo no oeste da Améica do Norte), hoje está numa depressão populacional severa, fortemente impulsionada pela exploração humana. 
Muitos Impérios de diversas Culturas mataram populações inteiras de Guepardos para retirar o belo couro destes, e alguns povos chegaram a capturar muitos destes felinos para mantê-los em cativeiro, onde sua reprodução é prejudicada. 


Egípcios criando Guepardos em cativeiro.
Imagem disponível em:
http://www.cheetahspot.com/extinction.php



No ultimo século, a população total de Guepardos declinou em cerca de 90%, e hoje menos de 10.000 indivíduos adultos vivem no continente africano, menos ainda na Ásia.

Distribuição atual dos Guepardos.
Imagem disponível em:
http://www.catsg.org/cheetah/07_map-centre/7_1_entire-range/species-distribution-maps/sunquist_and_sunquist.jpg



Apesar do risco de extinção real, os Guepardos são caçadores extremamente eficientes, obtendo sucesso em cerca de 50% de suas investidas sobre suas presas, que vão de pequenos roedores aos grandes Gnus. 


Dentre os mecanismos que o capacitam a ser um caçador tão eficaz, estão a sua estruturação óssea leve, sua coluna flexível, que impulsiona o salto, sua cauda longa que balanceia os movimentos de curva em velocidade, e suas garras constantemente aparentes. As garras podem passar despercebidas em relação à corrida, porém é com elas que o animal toca o solo no auge de sua corrida, e este pequeno, porém firme, ponto de contato, diminui o atrito, percorrendo até oito metros por passada!
Detalhe do pouco contato que o Guepardo realiza com o chão enquanto corre.
Imagem disponível em:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1212476/Usain-bolts-got-competition--Sarah-cheetah-shatters-records-fastest-mammal-land.html

A grande velocidade alcançada pelo Guepardo, que dá a ele o título de animal terrestre mais veloz do Mundo, porém, gera um gasto de energia importante, e sua explosão de velocidade não permite que eles se demorem ao alcançar sua presa. O corpo superaquece e o estoque de oxigênio no organismo é utilizado à beira do limite, e caso o Guepardo não consiga seu objetivo em poucos segundos, numa corrida que pode alcançar 120Km/h, seu cérebro pode entrar em pane. Após a captura, o Guepardo gasta de 15 a 20 minutos em hiperventilação, para normalizar os níveis de oxigênio no corpo e a frequência cardíaca, consequentemente resfriando-se. Outro revés está na formação de seu crânio, que é pequeno e aerodinâmico, e como consequência, sua mandíbula e musculatura associada não são capazes de empregar muita força na mordida.
Sua grande velocidade, no entanto, seria sem sentido se sua visão não fosse apta prar focar a presa em movimento. Sua visão binocular lhe fornece a noção de distancia, profundidade, e seus olhos são capazes de grande aproximação, porém o trunfo deste sentido para os guepardos não está nos olhos, propriamente, mas num ligamento elástico, que liga seu crânio à espinha dorsal, e confere uma estabilidade incrível, e por isso a imagem não é desfocada em tamanha velocidade.
Detalhes da estabilidade da cabeça e da cauda atuando no equilíbrio durante as curvas.
Imagem disponível em:
http://www.npr.org/2013/06/13/191049647/fancy-feet-wild-cheetahs-excel-at-acceleration

Em relação à sua pelagem, que quase lhes custou a extinção por meio da cobiça humana, é um artifício que lhe permite boa aproximação de suas presas, sem ser notado. Isto por que o padrão de manchas escuras se confunde com a vegetação em movimento. Também o Guepardo se aproxima ao máximo furtivamente, e seu movimento lento na vegetação que se confunde com sua pelagem, raramente impressionam as células da visão de suas presas. Dificilmente o Guepardo abaixo será notado por uma presa, caso ele não se mova:
Guepardo espreitando na vegetação seca.
Imagem disponível em:
http://www.eltiempo.com/Multimedia/galeria_fotos/galeriadeldia/los-reyes-del-camuflaje-en-el-mundo-animal_10816185-5

A evolução destes felinos, sempre pressionados por felinos maiores, pelo rigor climático e pela capacidade de fuga de suas presas, tornaram os Guepardos verdadeiras máquinas de velocidade, que é sua maior vantagem na caça.

Saiba mais em: