sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ecolocalizaçao


Ainda sobre a capacidade dos animais de perceberem o som do Ambiente, nesta postagem vamos falar sobre a capacidade de alguns animais de localizar uma presa ou predador através das ondas sonoras! Você sabia que existem sons que o ser humano não é capaz de perceber? 

Espectros das ondas sonoras: Infra-sons, Sons audíveis pelo ser Humano, Ultra-sons.
Imagem disponível em:
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html


Infra-sons e Ultra-sons podem ser percebidos por outros animais, como golfinhos, baleias, elefantes e morcegos. 


Alguns exemplos de faixas de som produzidas e captadas por alguns animais.
Imagem disponível em:
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html
A coruja, por exemplo, tem uma capacidade incrível de perceber a posição, profundidade e direção do movimento de suas presas apenas com a audição! 

Coruja ouvido
Ouvidos assimétricos das corujas.
Imagem disponível em:
http://netnature.wordpress.com/2013/02/12/how-owls-swivel-their-heads-comentado/

Como mostrado acima, os ouvidos das corujas são assimétricos, um superior e um inferior. O que à princípio pode parecer um "erro", uma deformidade geneticamente determinada, é um trunfo destas aves de rapina, pois com esse desnível, as ondas sonoras atingem os ouvidos das corujas em tempos diferentes, possibilitando que elas localizem suas presas. O vídeo abaixo é como um todo interessante, mas observe como isto acontece a partir de 11:51.



 Incrível, não? Quando ocorreu a Tsunami na Nova Zelândia, em 2004, foi noticiado que muitos animais, inclusive elefantes, giram de modo estranho algumas horas antes da onda atingir a costa, e principalmente esses paquidermes, que fugiram para regiões mais altas... como isso aconteceu? Infra-sons é, provavelmente, a melhor resposta. 


Pata de elefante.
Imagem disponível em:
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/estudo-descobre-que-elefantes-desenvolveram-osso-de-apoio-na-pat/n1597529373943.html


Além de produzirem e ouvirem os sons e infra-sons, um aspecto interessante dos elefantes é que eles são capazes de perceber as vibrações do infra-som com as patas! Isso mesmo! Assim, eles são capazes de se comunicar por longas distancias, e perceber que "algo está errado" abaixo deles, como no caso da Tsunami de 2004.



Já os ultra-sons são utilizados por morcegos e golfinhos, por exemplo, para identificar a presa durante o voo e o nado, respectivamente.


Acima: Morcego identificando localização de mariposa através de Infra-som.
Imagem disponível em:
http://www.bats4kids.org/echo.htm

Abaixo: Golfinho identificando localização de peixe através de Infra-som.
Imagem disponível em:
http://aepataias-ap8a.wikispaces.com/O+golfinho

Nos dois casos, existem órgãos capazes de emitir as ondas de Ultra-som, que viajam pelo meio, batem na presa e retornam, sendo recepcionadas por outros órgãos, específicos para essas ondas, e estes transmitem a informação ao cérebro, que identifica onde está a presa.


Saiba mais em:
http://www.youtube.com/watch?v=gsbfZYh2kpk
http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html
http://netnature.wordpress.com/2013/02/12/how-owls-swivel-their-heads-comentado/
http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=474299
http://www.youtube.com/watch?v=p08Y0oRAX3g
http://scienceblogs.com.br/bessa/2008/12/big-five-elefante/



Equilibrar-se é um Processo Fisiológico!



Como mostrado na postagem do dia 29/09/2013 (http://animafisio.blogspot.com.br/2013/09/ouvindo-o-movimento.html), o aparelho auditivo é muito mais complexo do que poderia-se pensar.  Ele é responsável pela captação de ondas sonoras e transmissão da informação para o Cérebro, porém há uma estrutura no Ouvido Interno, que é responsável pela localização espacial do corpo, ou Equilíbrio, e esta estrutura se chama Sistema Vestibular. 
Destaque dos canais semicirculares em azul, à esquerda.
Imagem disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm
Como está mostrado na imagem acima, existem estruturas em forma de tubos e sacos membranosos que estão conectadas á cóclea, sendo preenchidas pelo mesmo fluido desta. Se na cóclea o fluido tem como função a transmissão da vibração sonora, a ser interpretada pelas células ciliadas, no sistema vestibular a relação é muito próxima, mas as células ciliadas tem outra função: perceber o posicionamento do corpo no espaço, associando a captação da mudança do eixo gravitacional às informações visuais. 

a) Células ciliadas em associação com as células responsáveis pela transmissão do impulso nervoso, e com as células de sustentação. b) Detalhe de como os estereocílios se projetam dentro de uma membrana gelatinosa associada à uma camada de partículas cristalinas denominada Otólito. c) Detalhe de como o otólito, movimentado pela força gravitacional, desloca a membrana gelatinosa e ¨consequentemente os estereocílios.
Imagens disponíveis em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm

As células ciliadas estão dispostas nas paredes internas dos canais semicirculares, que são 3 e cada um está posicionado em um eixo, proporcionando maior percepção de movimentos. O fluido que preenche os canais semicirculares e a cóclea se movimenta conforme a alteração do eixo gravitacional, movimentando a camada do otólito e como consequencia, os estereocilios. A partir desta movimentação, a membrana celular se deforma e os canais iônicos são abertos, promovendo a despolarização da membrana da célula ciliada, induzindo à liberação do neurotransmissor Glutamato, que será direcionado à célula nervosa associada, componente do Nervo Vestíbulo Coclear, e o impulso nervoso segue até o cérebro para ser interpretado.

A imagem mostra as relações entre os canais do sistema vestibular e o movimento da musculatura dos olhos.
Imagem disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/4760/o_paciente_com_tontura_%E2%80%93_elliot_m_frohman_md_phd.htm

Então, no cérebro, a informação da mudança do eixo gravitacional é processada, e o indivíduo (qualquer animal possuidor de um sistema vestibular) pode perceber que girou a cabeça, ou que se abaixou, ou mesmo quando está em queda, como num elevador ou avião. Essas informações podem ser associadas às informações visuais, compondo em mais detalhes a informação gerada no cérebro! Interessante, não?

Saiba mais em: